Klink se sobrepõe aos desafios

  • 7 de setembro de 2014
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Na última terça-feira, a Folha de Pernambuco esteve presente na Livraria da Vila-Pátio Higienópolis, em São Paulo, para acompanhar de perto o contar de aventuras proseadas por Klink

As habilidades do brasileiro Amyr Klink vão além do mar. Mais do que um mestre em expedições e aventuras marítimas, o paulista, filho de pai libanês e mãe sueca, é escritor, documentarista, palestrante e um dos maiores contadores de história dos tempos modernos. Ele seria uma espécie de Forrest Gump dos mares: como o personagem do filme americano, expressa situações verídicas que se aproximam muito da fronteira do surrealismo. O espírito aventureiro que corre nas suas veias e a busca pelo conhecimento da vida marítima são os ingredientes perfeitos para o paulista de 58 anos se tornar o centro das atenções em qualquer lugar que ele esteja. Não à toa, Klink tem oito livros publicados, um documentário gravado e mais de 2.500 palestras no seu currículo, apresentadas pelo Brasil e exterior.

Na última terça-feira, a Folha de Pernambuco esteve presente na Livraria da Vila-Pátio Higienópolis, em São Paulo, para ter o prazer de acompanhar de perto o contar de fantásticas aventuras proseadas com habilidade por Klink, com o seu poder de prender a atenção de todos com seus relatos. O evento foi realizado em comemoração aos 30 anos da Travessia do Atlântico, feita à remo, saindo da África e acabando no Brasil, vencendo os sete mil quilômetros “no braço”. Um feito até hoje nunca igualado.

Bastou as portas do auditório fecharem para Amyr Klink começar o seu show, em entrevista coletiva. Por cerca de uma hora e meia, ele prendeu a atenção dos presentes, o que voltaria a fazer logo em seguida, quando comandou uma palestra bastante concorrida, com assentos esgotados e muita gente nos corredores. A curiosidade é que, diferente da maioria dos grandes contadores de história, o paulista não segue um “roteiro” de relatos e tampouco consegue exibir uma organização linear das memórias, indo e voltando entre os eventos da sua vida assim que se lembrava de algum detalhe interessante.

Mas o papo de Klink não se resume aos momentos de aventura. Formado em economia e pós-graduado em administração de empresas, o paulista não se encolhe quando assuntos mais delicados são abordados. Ele disparou contra a falta de visão do setor portuário brasileiro, que, segundo ele, “poderia lucrar R$ 20 bilhões no fretamento de barcos privados, somente no Rio” e a burocracia. “Me perguntam muito se tenho medo de morrer no mar. A verdade é que você enfrenta tantas coisas piores por conta da burocracia no Brasil que quando você coloca o barco no mar você pensa ‘é só uma onda gigante, é só tubarão’ que eu tiro os meus medos de letra”, deixou claro Amyr Klink, um homem que nasceu ser um grande desbravador dos sete mares.

Fonte: Folha de Pernambuco

Por: Gustavo Lucchesi

Arquivo: Folha de Pernambuco – Recife-PE- Amyr Klink – 07.09.2014